Constituímo-nos como pessoas representando papéis com os outros ou para os outros. Iguais como cidadãos, somos diferentes como pessoas. A sociedade é um vasto sistema de atribuição de papéis. O que nos caracteriza como pessoa é o feixe de papeis que representamos. Em alguns deles, somos protagonistas; em outros, meros coadjuvantes; em todos eles temos o dever moral de oferecer o que temos de melhor.
É muito frequente um discurso sedutor que situa o protagonismo como objetivo da ação educativa: trata-se de um clamoroso equívoco.
Em uma peça ou um filme, o protagonista é o ator principal: se todos forem protagonistas, ninguém o será. Em vez de buscar o protagonismo a todo custo, uma pessoa bem formada representa bem todos os papéis que lhe são atribuídos e que conscientemente aceita. Na vida, como no cinema, há prêmios tanto para os protagonistas quanto para os coadjuvantes.
Uma boa Educação nos faz compreender perfeitamente que a pessoalidade é perene e que todo protagonismo é passageiro.
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