Saussure pretendia uma arbitrariedade absoluta na relação entre o significado e o significante, na composição de um signo. Shakespeare parece dar razão ao lingüista, ao afirmar que “aquilo que chamamos uma rosa com qualquer outro nome teria o mesmo doce perfume”. No entanto, a existência de um repórter de trânsito em São Paulo chamado RobertoCaos, de uma famosa chefe de cozinha paulista de nome Ilda Vinagre, de um eminente juiz, recentemente falecido, de nome Carlos Alberto Direito, faz com que alimentemos algumas dúvidas.
De fato, não parece razoável chamar-se dehexágono uma figura com cinco ângulos, de octaedroum sólido com sete faces, nem de democracia o governo em que o poder emana de uma só pessoa. Também não soa bem associar-se o latido de um cão a “miau”, o miado de um gato a “fiu-fiu”, nemum galanteio a “au, au”.
No embate entre nomes motivados ou arbitrários, a etimologia e a onomatopéia parecem aliar-se ao fortuito, indicando, no mínimo, que um empate pode ser vislumbrado.
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