Competência é a capacidade de mobilizar o que se sabe para realizar o que se deseja. Quem nada sabe certamente é incompetente; e quem nada deseja, ou o inapetente, está na ante-sala da incompetência.
Além do desejo, importa também o que se deseja. As metas que almejamos situam-se em um cenário de valores socialmente acordados; há as que valem e as que não valem. Competência pressupõe sintonia entre um desejo com argumento e uma capacidade de mobilização de recursos para realizá-lo. Faz sentido a expressão “negociador competente”, mas não se pode falar em um “torturador competente”.
A ação do professor ajuda a explicitar o fato de que o conhecimento não é garantia de competência. Um professor certamente deve conhecer os conteúdos que ensina, mas sua competência profissional somente se revela em ações específicas, como a escolha da escala adequada para tratamento dos temas que ensina. Um professor competente não subestima a capacidade dos alunos, nem os trata como se fossem especialistas.
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