Em “O Trabalho das Nações”, Robert Reich divide os trabalhadores em duas classes: rotineiros e analistas simbólicos. Os primeiros diminuem no mundo inteiro, crescentemente substituídos pela tecnologia em atividades algoritmizáveis. Já os analistas são capazes de pensar de modo sistêmico e perceber aspectos abrangentes dos processos produtivos, em todas as áreas. Pensam simbolicamente, abstraem contextos imediatos, projetam novas realidades, criam novas rotinas.
É possível ser analista ou rotineiro em ocupações de qualquer nível técnico. Existem médicos e engenheiros rotineiros, como existem eletricistas e jardineiros analistas simbólicos; pode-se fazer pesquisa científica ou trabalhar em ofícios humildes de modo limitado ou criativo.
O calcanhar de Aquiles da tipologia reichiana é a dicotomia sugerida. Em todas as áreas existem atividades rotineiras indispensáveis, e em nenhuma atividade criamos o tempo todo. Encontrar espaço para criar, em meio ao rotineiro, é a meta comum a todos nós.

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