O modo idiossincrático como representamos os papéis a que a mais íntima vocação nos convoca, em sintonia com os que nos são socialmente atribuídos, dá forma a um estilo pessoal e é a marca de uma personalidade. Cada pessoa tem uma personalidade; como o caráter, no entanto, quando dizemos que alguém a tem, queremos dizer que a tem forte.
Controlar as formas pessoais de expressão é recurso usual em regimes de força para minar a personalidade e corroer o caráter. O estilo distingue o expressivo do meramente comunicativo; sem isso, a língua nossa de cada dia poderia ser substituída pela linguagem formalizada dos computadores.
As noções de estilo e personalidade comportam múltiplas escalas, na via de mão dupla entre o pessoal e o social. A língua expressa o estilo de uma nação, e a nacionalidade constitui a personalidade de um país. Somente um condicionamento pavloviano aos dogmas do politicamente correto poderia negar as diferenças de estilo entre as filosofias alemã e francesa, por exemplo.
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