Em Amor y Pedagogia, Unamuno critica o cientificismo exagerado do final do século XIX. Chama de Cocotologia a ciência das ciências, que consistiria na “embananação” do banal, por meio do recurso a uma linguagem artificialmente sofisticada, para impressionar incautos. A construção de um passarinho de papel (cocotte) seria a gestação de um óvulo quadrado papiráceo; um bêbado seria um indivíduo etilicamente saturado; uma “conversa mole” seria umatertúlia flácida; e assim por diante.
O fato é que a linguagem utilizada em certas pesquisas parece desnecessariamente cocotológica. A compreensão de temas acadêmicos supõe conhecimentos específicos, mas a comunicação do significado das pesquisas ao grande público deveria ser convertida em uma necessidade profissional.
O abuso do jargão técnico costuma ser indício de incapacidade do pesquisador na escolha de uma escala adequada para tratamento de seus temas. Ao mesmo tempo, é um desrespeito ao cidadão interessado que não é cúmplice do pesquisador.
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