Na previsão do tempo a Ciência mostra seu poder e seus limites. Os índices de acerto em pequenos intervalos de tempo são crescentes ao longo da História; em períodos mais extensos, a incerteza permanece inalterada. Catástrofes naturais continuam a desafiar a racionalidade da vida moderna. As grandes teorias científicas, que falam de aquecimento global ou de buracos na camada de ozônio, são tão controversas que se parecem com as previsões dos antigos astrólogos ou as respostas dos deuses primitivos a oferendas ou sacrifício de animais. A etimologia de “desastres” (falta de sintonia com os astros) e de “hecatombes” (sacrifício de cem bois) denuncia tais resíduos.
Somos capazes de explicar as razões de nossas ações em períodos limitados de tempo; o sentido de nossa vida, no entanto, permanece absolutamente imune a qualquer explicação científica. Sabemos com quantos paus se faz a tosca jangada em que navegamos, mas permanecemos ignorantes de seu rumo e das tempestades que virá a enfrentar.
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