A Ciência corre atrás da plausibilidade do Big Bang. Um gigantesco acelerador de partículas (LHC) foi construído para isso. A pesquisa básica e a pesquisa aplicada não dependem da grande explosão. Nenhum avanço na decifração do genoma, na produção de remédios, na preservação da vida no planeta deve decorrer das experiências no LHC. Por que tanto empenho, então?
Na Ciência, como na vida cotidiana, buscamos o conhecimento. Conhecer é conhecer o significado, e ele se constrói por meio de narrativas. Sem uma boa história, nada faz sentido. Darwin ficou famoso pela sua narrativa para descrever a evolução das espécies. Cada religião se erige a partir de uma história seminal, narrada em um texto sagrado. Construímos nossa identidade com base em uma história de vida. O inconsciente se estrutura como uma linguagem, e a matéria prima do self é a narrativa.
O Big Bang é fundamental para a Ciência, na medida em que a mune de uma narrativa. Sem ele, a Ciência vai parar no divã do analista. Ou não.
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