O Ensino Médio tem identidade controversa. Ela oscila entre três polos: a preparação para o Ensino Superior, a formação profissional, e a autotelia, ou um fim em si mesmo. Dependendo da perspectiva familiar, os pais esperam que seus filhos entrem nas universidades mais concorridas, ou adquiram formação técnica para ingressar cedo no mundo do trabalho. A autotelia goza de menos prestígio, mas é mais adequada aos tempos atuais.
De fato, o Ensino Superior não é o único meio de ascensão social, nem a formação profissional pode limitar seu escopo a funções rotineiras. O telos do Ensino Médio deve ser uma formação pessoal densa, que equilibre capacidades de expressão de si e de compreensão do outro, de argumentação analítica e de tomada de decisão, de contextuação do que se estuda e de abstração dos contextos, dando asas à imaginação.
Tal meta é compatível tanto com a continuidade dos estudos quanto com o exercício de qualquer atividade profissional. Mas a pessoa está no centro das atenções.
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