Desde o nascimento, representamos papéis. Somos filhos, irmãos, sobrinhos, amigos, alunos… Em âmbitos da igualdade, somos cidadãos, consumidores, profissionais, eleitores. Em âmbitos da diferença, construímos nossa identidade a partir de nossos gostos, valores, crenças. A peculiaridade de cada pessoa emana do feixe de papéis que ela conscientemente representa.
Quanto maior a consciência pessoal, menos derrapamos na casca de banana da hipocrisia, mais nos tornamos autênticos em nossas representações. Quanto mais crescemos como pessoa, mais compreendemos que a ética somente se consubstancia quando damos o máximo de nós em cada papel que representamos, como protagonistas ou como coadjuvantes. Exceto para nossas mães, nosso protagonismo é sempre circunstancial e efêmero.
O ponto crucial da consideração da vida como uma contínua e ramificada representação de papéis é a absoluta singularidade das situações vitais. Como destacou Chaplin, “a vida é uma peça de teatro que não aceita ensaios”.
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