Objetos têm forma e função, animais têm necessidades e vontades, pessoas têm consciência e projetos.
Um bichinho de pelúcia não tem necessidades fisiológicas, nem desejos de qualquer tipo: é apenas um objeto. Uma pessoa não se realiza apenas na satisfação de suas necessidades, ou no exercício de uma função. Uma pessoa tem desejos, mas aprende a cultivar a vontade de ter certas vontades e não outras. A consciência pessoal nasce de tal volição de segundo nível: quando ela hesita, a pessoalidade sucumbe e irrompe a animalidade das massas.
O animal é biologicamente determinado por um programa genético, que possibilita reações instintivas e antecipações, mas não permite prefigurar o futuro. Somente o ser humano é capaz de ter desejos com argumentos, de lançar-se para frente em busca de metas escolhidas em um cenário de valores socialmente acordados, ou seja, de projetar.
Uma pessoa que não alimenta qualquer projeto tem a vida limitada como se fosse um objeto, e inanimada, como a de um animal.
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