Nos Contos de Fadas, tudo é muito simples: há o herói e o vilão; há a bruxa e a fada; há o bem e o mal. Diante de tal bifurcação radical, bastaria escolher um dos lados. Mas na vida, o bem e o mal passeiam de mãos dadas.
Antes de enfrentar a complexidade da realidade, as crianças precisam construir um repertório de referências, o que começa com os Contos de Fadas, mas vai muito além deles. Os dilemas são uma via interessante.
Um dilema é uma situação em que temos que escolher entre duas possibilidades igualmente inaceitáveis. “Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come…” é um exemplo típico. Para ultrapassar as bifurcações simplistas, os dilemas podem funcionar como um conveniente degrau.
Naturalmente, o “pulo do gato” na construção de tal degrau é a desmontagem do dilema. Na vida, poucas situações se deixam reduzir às duas escolhas que um dilema impõe. Revelar as múltiplas perspectivas que se escondem atrás do biombo “ficar” ou “correr” é preparar-se espiritualmente para a vida.
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