É conhecida a frase de Weierstrass: Nunca será um matemático completo aquele que não for um pouco poeta. Poucas vezes, no entanto, as análises vão além da caricatura: o matemático viveria absorto, no mundo das ideias, distante das coisas práticas, tanto quanto o poeta, em seus devaneios, na busca da realidade radical, do sentido original das palavras.
Os dois temas relacionam-se multiplamente.  A oralidade é a vocação última da poesia, e a carência máxima da Matemática. Já as metáforas, são especialmente fecundas como condutos na comunicação entre o matemático e o poético.
O caso da exatidão merece uma atenção especial. Associada comumente à Matemática, ela se realiza plenamente apenas no texto poético. Em um texto matemático, qualquer símbolo pode ser substituído por um equivalente sem alterar o sentido: 2 é o mesmo que 6/3. Já no texto poético, cada palavra é essencial, não podendo ser trocada por outra de significado equivalente sem destruí-lo.
O lugar da exatidão é, pois, a poesia.

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