Há algum tempo, prevalece a ideia de que dispositivos digitais são o novo, o máximo, e dispositivos analógicos são resquícios do ultrapassado. Os computadores logo migraram, tornando-se objetos digitais. Aos poucos, celulares, aparelhos de som, câmeras fotográficas, televisões, tudo convergiu para o elogio do digital. Mas, e o funcionamento dos seres humanos, é digital ou analógico?
Decididamente, funcionamos de modo analógico. Os impulsos sensoriais externos, que enviamos ao cérebro, são múltiplos e redundantes. Atravessam humores e chegam ao fim da linha de modo pessoal, idiossincrático. São processados analogicamente. Não se resumem a pares do tipo sim/não, zero/um, liga/desliga.
A emulação digital/analógico não tem sentido. O sucesso do digital se dá por meio da imitação do analógico. As telas simulam pinturas, os computadores querem parecer humanos. Pelo menos em um caso, a disputa analógico/digital é equilibrada, com leve vantagem para o analógico: o dos mostradores dos relógios.
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