A técnica distingue os homens dos animais. Uma simplificação de tal perspectiva levou à caracterização do homem como um produtor de ferramentas, e à supervalorização do trabalho como categoria distintiva.
Há muito também se diz que o homem é um animal racional. A razão, o logos, a linguagem seria uma marca distintiva em relação aos animais. Nesta trilha, há os que reconhecem a essencialidade da linguagem, mas negam a animalidade do homem.
Há ainda os que buscam uma síntese, pretendendo que a ação, ou o fazer consciente, irmanado com a palavra, seja a real condição humana.
O mais frequente, no entanto, são tentativas simplórias de exploração do fato de que os animais também se comunicam e produzem ferramentas. Em resposta, o pulo do gato dos seres humanos é duplamente radical: somente eles produzem meta-ferramentas, ou ferramentas para produzir ferramentas; e somente eles têm uma linguagem que se desdobra em múltiplas meta-linguagens, sendo absolutamente constitutiva de seu modo de ser.
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