O conhecimento não é imediatamente acessível a quem nele se inicia. Para trazê-lo para a escola é preciso organizá-lo, discipliná-lo, traduzi-lo em disciplinas.
Os currículos escolares são como mapas a recobrir o território do conhecimento. São instrumentos para orientar as ações, instigar viagens e viabilizar percursos conscientes. As disciplinas são como os estados: repartem o território das significações, mas devem colaborar continuamente na busca do interesse primordial da escola – a construção e a partilha de significados. As fronteiras disciplinares não devem servir de óbices para uma interação fecunda: é preciso fomentar a livre circulação interdisciplinar. Os interesses dos alunos situam-se muito além dos programas disciplinares.
Nas últimas décadas, os currículos têm apresentado uma fragmentação disciplinar excessiva. Parecem menos um mapa e mais uma prateleira de supermercado. Oferecem cacos, ou retalhos de conhecimento, eventualmente sedutores, mas certamente desorientadores.

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