No senso comum, a palavra modelo oscila entre duas acepções radicalmente distintas. Modelo é cópia de algo ou é algo a ser copiado; é algo ou alguém inspirador, que deve ser imitado, ou o resultado de tal imitação.
Tal ambiguidade também se encontra na Ciência: a palavra é usada ora como uma teoria, ora como uma representação concreta de seus objetos. Um modelo econômico é uma teoria que se propõe a explicar a economia, assim como um modelo de crescimento populacional. Já o modelo atômico, ou a dupla hélicepara o DNA, são representações nascidas de teorias.
Na Matemática, modelo tem uma acepção precisa: é uma interpretação de uma teoria formal, como uma representação concreta de uma Geometria Não Euclidiana.
A oscilação entre as acepções de explicação e derepresentação da realidade pode parecer inofensiva mas é extremamente perigosa. O que está em jogo é um deslocamento semântico sutil: em vez de humilde tentativa de compreensão da realidade, o modeloarroga-se o direito de controlá-la.
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