Como as pessoas, há palavras simpáticas e antipáticas. A ascensão da sustentabilidade ao pódio do politicamente correto tornou a durabilidade uma palavra simpática. O fascínio das tecnologias, da busca do novo a qualquer custo, fez da conservaçãouma palavra antipática. As duas, no entanto, mantêm laços estreitos.
Para clarear a questão, M. Oakeshott produziu um texto seminal: O que é ser conservador (1991). Afirma que “onde quer que exista uma identidade firme, é provável que exista uma disposição conservadora”. Associa a voracidade das mudanças e o esgarçamento dos laços sociais. Objetos rapidamente descartados, como celulares ou automóveis, refletem especularmente a fragilidade das crenças morais, das relações de amizade, das tradições mais caras, dos hábitos mais fecundos.
Destaca que o respeito às regras de um jogo é fundamental para sua constituição. É possível mudá-las, mas é preciso compostura e paciência: aí residiriam as principais diferenças entre ser ou não ser conservador.

01/11/2012

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