Muito cedo aprendemos a falar: ler, escrever e contar são competências que desenvolvemos na escola.
A oralidade nos introduz no mundo das conversas com interlocutores fisicamente presentes: a leitura amplia nossos horizontes, possibilitando a interação com quem está longe, ou até já se foi. A escrita confronta a evanescência da fala, criando condições para a consciência e a reflexão crítica. O contar se expande, das enumerações ao faz de conta, das cronologias às narrativas portadoras de significados. As tecnologias criam novos sistemas de proximidades, novas espécies de conversação, novos parâmetros para a leitura, a escrita, a contagem/narrativa. Hoje, os textos flutuam na tela, as imagens são móveis, os sons, que apenas imaginávamos, explicitam-se.
Em todos os lugares, imagens, palavras, sons, sensações entrelaçam-se e alimentam-se mutuamente. O mundo transformou-se em um imenso texto, um complexo hipertexto, desafiador como uma esfinge. Decifrá-lo é tarefa reservada a bons leitores.
03/12/2012
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