A Ciência adora a causalidade e despreza a casualidade. Busca correlações que possam gerar interdependências, mas nunca se satisfaz com isso: a fórmula mágica “se p, então, q” paira no horizonte. Pesquisas podem mostrar que um país é um grande produtor de automóveis e que a quantidade de raios que nele caem por ano é extraordinariamente alta, mas é improvável que um desses fatos seja a causa do outro, ainda que os automóveis possam ser uma proteção eficiente para raios. Nascemos com dois olhos e um nariz, mas beira a insanidade concluir que ter um nariz é a causa de se ter dois olhos, ou vice-versa.
Jung fez pesquisas em que propôs o princípio da Sincronicidade; com ele, buscou padrões de ocorrência simultânea de certas classes de fenômenos fora do terreno das relações de causa e efeito. Explorou os sonhos e alguns experimentos astrológicos. A Ciência institucionalizada nunca perdoou a ousadia. Grande parte da resistência ao seu nome decorreu de não rezar apenas no altar da Causalidade.

11/12/2012

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