Uma grande ideia nos marca para sempre: quem abriu os olhos para ela, jamais a esquecerá. Mas esquecemos facilmente os pormenores de um fato, o que é absolutamente salutar, ou nos tornaríamos paralisados, como Funes, o memorioso, personagem de J. L. Borges.
É possível discorrer sobre um tema desfrutando apenas do interesse despertado, sem intenções de mapear o que é mais relevante; quando restrições de tempo ou de objetivos exigem, é preciso saber ater-se ao que é fundamental. De modo geral, explorar as ideias fundamentais torna qualquer tema mais compreensível do que quando se dá excessivo destaque a pormenores. Além disso, a ênfase no que é fundamental encurta a distância entre um conhecimento superficial e um conhecimento avançado de um tema. De fato, existe uma linha direta entre o fundamental e o elementar em sentido etimológico.
Naturalmente, no caso, o pulo do gato é a distinção entre o fundamental e o acessório: sem critérios nítidos, corremos o risco de confundir gatos e lebres.
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