Há muito o alerta foi dado por Dewey, no livro Democracia e Educação (1916). Como faces de uma moeda, não é possível imaginar Educação sem Democracia, nem Democracia sem Educação. É como livrar de uma pena de morte alguém que foi condenado a duas.
Naturalmente, o que está em questão é a educação básica de qualidade. Ainda que o número de anos de escolaridade seja crescente no mundo, e que a perspectiva seja a de uma formação permanente, não se espera que todos os cidadãos busquem uma formação superior ou acadêmica. Mas é cada vez mais inaceitável a ausência de uma formação básica que garanta o desenvolvimento de competências pessoais como capacidade de expressão e de compreensão, de análise e de síntese, de contextuação e de extrapolação de contextos. Sem isso, a consciência crítica não se consolida e a autonomia pessoal não se justifica.
Princípios democráticos como “cada cabeça, um voto” ou “regra da maioria” pressupõem votantes educados: não se trata de preconceito, mas de conceito.
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