Todos cantam sua terra,

quisera cantar a minha,

mas ela canta sozinha,

não precisa de mim, não.

Cada imagem nos alcança

como as setas de um cupido

e um sentimento sortido

nos atinge o coração.

Recife e Olinda partilham,

como irmãs siamesas,

pontes, rios, fortalezas,

os faróis e as catedrais.

Cada canto é um documento,

um legado da história,

das cicatrizes às glórias,

das tradições culturais.

As ruas, os monumentos,

o artesanato, a paisagem,

a noite em Boa Viagem,

de modo bem natural,

conjuminam o velho e o novo,

o sagrado e o profano,

dialogam todo o ano,

na fé e no carnaval.

As imagens não enganam,

Pernambuco é uma beleza,

dádiva da natureza,

tudo é lindo por aqui.

São arrecifes e morros,

igrejas, praias, festanças,

e um povo que canta e dança,

na prece ou no frenesi.

Frevo, ciranda, baião,

o Galo da Madrugada,

Capiba e Luiz Gonzaga,

Caruaru, São João.

Os canaviais, os mangues,

fachadas cheias de vida,

nessa terra colorida

os olhos não param, não.

Impregnadas de história,

as pontes são um caso à parte,

iluminadas com arte,

transformam a noite em dia.

Convidam à travessia,

deixando os rios tão anchos

que acham que os oceanos

começam a encher por lá…

Noronha, Itamaracá,

Galinhas, Tamandaré,

praias de rara beleza,

areia fina, água quente.

Caprichos da natureza,

trazem emoção, alegria,

do amanhecer ao poente,

na labuta ou na folia.

Pernambuco é uma beleza,

eu registro aqui de novo,

e na alma de seu povo

transborda a auto-estima.

Na expressão de tal fato,

na rima e na fantasia,

na busca do universal,

na comunhão cultural,

um mote é bem conhecido,

e em sua singeleza,

soa muito natural,

está na boca do povo:

é um sentimento profundo,

É PERNAMBUCO FALANDO PARA O MUNDO!

*****23/mar/2016 

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