Para Jaspers, o homem não é sério se não se questiona sobre o sentido da vida; segundo Freud, no entanto, quem faz essa pergunta padece, no mínimo, de uma neurose.
Uma tomada de posição exige o discernimento dos diversos sentidos de tal questão. Ao formulá-la, podemos estar buscando as razões para a realização de uma ação imediata, ou as justificativas de projetos mais duradouros; inquirindo sobre o sentido de nossa vida particular, ou sobre o da existência humana de maneira geral; alinhando argumentos para levantar da cama e enfrentar a labuta, ou inventariando razões mais profundas para estarmos vivos.
Uma dificuldade adicional resulta do fato de que a busca do sentido pode ser associada ao pleno exercício da razão, uma negação da hipótese do mero absurdo da vida; por outro lado, somente o afrouxamento da racionalidade estrita, abrindo-se a porta para algum tipo de fé, não necessariamente religiosa, poderia conduzir a uma resposta positiva à busca do sentido da vida.
E aí, como ficamos?
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