Conhecer é conhecer o significado e o novo significado se constrói por meio de relações com o já conhecido. Os objetos constituem-se como feixes de relações, que, de maneira dual, caracterizam-se como links entre objetos. Na dinâmica da construção dos significados, os esquemas cognitivos são os instrumentos fundamentais. Os esquemas são unidades que representam e prefiguram nossa interação com o mundo das significações. Nas crianças, bem no início, predominam os esquemas sensório-motores; paulatinamente, os esquemas linguísticos assumem papel cada vez mais importante. Na construção do significado na linguagem, os corredores isotópicos funcionam como se fossem óculos sociais. No adulto, a compreensão do mundo mobiliza esquemas simbólicos mais abrangentes, como os vieses, os estereótipos, a ideologia ou a religião. Um fato merece especial atenção: os esquemas são instrumentos anteriores ao conceito. Etimologicamente, são pré-conceituais, ou da ordem do preconceito.  O desafio permanente a quem se abre para o conhecimento novo é levar em consideração os esquemas pré-conceituais sem entregar-se ao mero preconceito.

******31-03-2016

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