Não parece haver controvérsias: Churchill e De Gaulle foram homens admiráveis, lideraram nações em períodos críticos da guerra, merecendo homenagens pela defesa de valores fundamentais, como a liberdade, a tolerância, a autodeterminação. Em suas biografias, há registros de que eram personalidades complexas, egocêntricas, autoritárias, imperialistas; Churchill seria um “racista benevolente” e De Gaulle era tão centralizador que considerava seu governo uma espécie de “monarquia republicana”. Eram grandes homens, mas nem de longe eram perfeitos. Hoje, provavelmente seriam “cancelados” nas redes.
É assustadora a intolerância dos “cancelamentos”. Em cegueira histórica, revertem-se homenagens, destroem-se estátuas e reputações. Em tal cenário, a referência que o Papa faz a Vinicius de Moraes, na Encíclica Fratelli Tutti, é uma semente de esperança. Como Churchill e De Gaulle na Política, Vinicius é admirável na Arte, mas era um “pecador”: casou-se nove vezes e bebia como um gambá. Cruz credo!
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