São complexas as relações entre o ser e o parecer na vida em sociedade. Para o senso comum, o ser é mais importante do que o mero parecer, mas episódios históricos, como o das relações entre César e sua esposa Pompéia, no limiar da era cristã, conduziram à inversão expressa na máxima: “À mulher de César, não basta ser honesta, ela precisa parecer honesta”.

No terreno da propaganda, o máximo do pragmatismo utilitário enfeitiça as relações entre o ser e o parecer, e o elogio acrítico da mercadoria alimenta um marketing desequilibrado.

Modernamente, no marketing político, muito dinheiro é canalizado na construção de imagens públicas que, às vezes, se esfarelam em consequência de desconfianças apenas aparentes.

Na Ética, no entanto, uma questão crucial mantém uma cautela necessária na relação com a máxima cesariana. Afinal, a boa imagem que oferecemos aos outros é fruto de verdadeira integridade nas ações que continuamente realizamos, ou é apenas uma bem arquitetada estratégia de marketing? 

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