La Fontaine consagrou fábulas de conteúdos prenhes de valores. Explora a natureza humana por meio de prosopopeias, ou seja, da atribuição de uma face humana a animais. Leões, lobos, coelhos, raposas, entre outros, envolvem-se em situações humanas, como se fossem gente. Assim, mestre La Fontaine recorre a características dos animais para construir situações de natureza ética, por meio das quais busca instruir os seres humanos.
Os adestradores também lidam com animais em situações de aprendizagem, mas há aqui uma diferença decisiva. Um adestrador instrui animais, para que mimetizem aspectos tópicos dos seres humanos, sem, no entanto, uma compreensão efetiva do que e do porquê o fazem: uma guloseima é a instância última do processo.
Em situações de ensino, o professor é um agente que fabula, que confabula. Os animais são meios; o fim é a formação em valores do ser humano. No caso dos adestradores, a assimilação de esquemas de resposta é o fim último. A ideia de Educação exige muito mais.
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