A mensagem aqui é simples e direta: corrupção é antônimo de integridade. Às vezes, pares de opostos se instalam de modo sutil, dissimulado, podendo propiciar derrapagens éticas. Mas como dizia o historiador Paulo Cavalcante, em seu provocativo livro de memórias, “o caso eu conto como o caso foi: ladrão é ladrão, e boi é boi.”

Dois exemplos do senso comum. Quem ostenta um discurso politicamente correto, aliado a uma prática em total dissintonia, não é íntegro, é desintegrado, é corrupto. Simples assim. Outro exemplo de personalidade corrupta, aparentemente inofensiva, mas que confunde ladrão e boi, é o do torcedor que acha desonesto apenas o juiz que rouba para o adversário.

            Dois exemplos literários igualmente sugestivos. De Antonio Machado um lembrete poético: “De nada vale o fruto/Colhido fora de estação/E não é porque te elogia um bruto/Que ele há de ter razão.” E Antonio Vieira proclama alto e bom tom: “Não basta que as coisas que se dizem sejam grandes se quem as diz não é grande.”

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