Nílson José Machado
- Uma metodologia é um caminho para atingir uma meta; currículos são mapas, disciplinas são vias.
- Um acordo prévio quanto às metas é fundamental: “Não há vento que ajude um barco sem rumo”.
- A ideia de metodologia articula-se diretamente com as ideias de conteúdos e de competências.
- Na interface com as competências, os conteúdos são meios, as competências são fins.
- Na interface com as metodologias, conteúdos são fins, as metodologias são meios.
- Na relação entre meios e fins, “Quem tem um porquê arruma um como”; a recíproca não é verdadeira.
- Na passagem dos conteúdos às competências, são importantes a criação de centros de interesse e a manutenção do foco das atenções nas ideias fundamentais.
- Uma casca de banana para a realização da ideia de centro de interesse é o fascínio dos fogos de artifício: é preciso critério para discernir o que é fundamental e o que não é.
- Uma casca de banana para a consideração das ideias fundamentais dos conteúdos é o fato de que elas devem constituir um elenco a recobrir o mapa do conhecimento, e não apenas um conjunto.
- O qualificativo “ativas” ao lado das “metodologias” não pode nos deixar desviar as atenções para supostas metodologias passivas ou reativas, mas sim nos aproximar da responsividade e da criatividade.
- O que se espera de uma ação não é uma reação de mesma intensidade, mas de sentido oposto; decididamente, esse é o modo de fazer do animal.
- Princípios como o da ação e reação não podem nos conduzir senão a uma Lei de Talião: olho por olho, dente por dente.
- Metodologias ativas vinculam-se inexoravelmente à ideia de ação, de fazer com a palavra, de fazer com consciência; a cada ação corresponde uma resposta, com responsabilidade.
- A ação consciente é a ação projetada; o modo de ser do ser humano é o pretender ser, é o ser de propósito.
- O fazer com a palavra é o único instrumento de que dispomos para combater a violência.
- Como “a corrupção do ótimo é o péssimo”, um dos piores tipos de violência é o que se dá por meio da palavra.
- Parece natural a associação das metodologias ativas às ideias de narrativas, de jogos, de projeto, e por extensão, às ideias de problema, de programa; as responsabilidades, no entanto, são inerentes.
- Algumas relações são imediatamente perceptíveis: não se pode falar de projetos sem falar de valores; de narrativas sem referência aos significados, de jogos sem as noções de risco e responsabilidade, entre outras.
- Sem as considerações acima, as melhores intenções podem conduzir a derrapadas: storytelling pode se transformar em simples propaganda, gamificação pode não passar de brincadeira sem responsabilidade, projeto pode se reduzir a pretensões de controle, e assim por diante.
- Nietzsche dizia que “a maneira mais pérfida de combater uma causa é defendê-la com um péssimo argumento”; é o que parece ocorrer quando as metodologias ativas são defendidas em contraposição a metodologias passivas, ou apenas reativas. ****09102021
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