Os múltiplos caminhos que a rede oferece contrastam com a linearidade do encadeamento. Em vez de apenas avançar ou recuar, abrem-se outras vias: escolher é preciso. A sensação de liberdade traduz as limitações das cadeias e desperta em novos enredados certo desprezo pelo encadeamento. Os mais afoitos ensaiam slogans contra o cartesianismo. Mas, em cada rede, Descartes vive.
Nada é mais cartesiano que um computador. A liberdade que as redes proporcionam funda-se na linearidade. No nível micro, programas computacionais decompõem mensagem complexas em degraus binários, numa sequência linear bem cuidada, que viabiliza a interação com a máquina. No nível macro, as opções que a rede oferece apenas se realizam quando traduzidas numa cadeia de nós a serem percorridos.    Escolher entre cadeia ou rede não é a questão; o desafio é a simbiose entre os paradigmas. A linha de montagem foi revolucionária, mas teve que se mesclar com as ilhas de produção, para ultrapassar o encadeamento, sem renegá-lo.

19/11/2012

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