Em quase todas as línguas, o verbo contar tem dupla acepção: enumerar ou narrar. Ao contarmos uma estória, a sucessão dos eventos é decisiva para seu significado. As mesmas frases em diferentes ordens produzem narrativas diferentes:
Estória 1: “João faltou à escola.
A professora repreendeu João.”
Estória 2: “A professora repreendeu João.
João faltou à escola.”
Existe, pois, um paralelismo entre enumerar e narrar. A História é uma matriz básica para a elaboração de narrativas significativas. Conhecer é construir o significado, o que somente se dá por meio de narrativas. Um professor competente é um bom contador de estórias, e boas estórias são enraizadas um contexto, de onde extraem viço e vigor.
Uma razão decisiva para o sucesso de Paulo Freire na educação é o fato de que ele nunca subestimou a importância das histórias de vida dos educandos, extraindo delas elementos para a construção de narrativas significativas.
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