O insight é de Charles Morris (1938): considerando-se a língua como um sistema de signos, são três os níveis de abordagem de tal sistema. O nível da Sintaxe é o do conhecimento das regras de formação dos signos, independentemente de seus significados; o nível da Semântica é do estabelecimento de relações entre os signos e os referentes extralinguísticos, ou entre os significantes e os significados correspondentes. O nível mais abrangente é da Pragmática, que estuda os signos na relação direta com os enunciadores, significados dos signos em uso, nos diferentes contextos. Percebe-se de imediato que o sentido da pragmática que deriva de tal insight corresponde ao modo mais abrangente do estudo da língua, englobando sucessivamente tanto a Semântica quanto a Sintaxe. No sentido técnico, a Sintaxe pode desdobrar-se em Morfologia (forma, estruturação ou derivação das palavras) e Fonologia (sons associados aos signos em sua enunciação). Já a Pragmática enfrenta problemas mais amplos, como o da constituição dos significados a partir dos usos da língua ou os dilemas enfrentados de modo tão diversos por Wittgenstein ou por Lacan, na busca da compreensão das relações entre os signos representantes e a realidade representada: o inefável, aquilo que não se pode expressar em palavras, carece de realidade, ou é a mais pura realidade? O que não se pode falar deve-se calar ou vivenciar por outros meios ou sentidos? Na busca da fundamentação de uma Ética do discurso, que busca o acordo por meio da palavra, a ciência da interpretação do textos, ou a Hermenêutica, associou-se à Pragmática. Habermas, Adorno, Horkheimer, e sobretudo, Apel produziram contribuições significativas a respeito. Voltaremos a isso.
**********SP 15-03-2017
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