A tolerância é um valor fundamental para a democracia, mas a intolerância permanece viva e, como um vírus, aloja-se em espaços insuspeitados.
O Princípio de Universalização funda a Ética kantiana e estabelece que uma norma é legítima se aquilo que ela autoriza for passível de generalização para todos os envolvidos. As pessoas, no entanto, têm interesses diversos. Certa dose de intolerância pode ser reconhecida em tal ideia de universalização. Com argúcia, Bernard Shaw ironizou: “Não faça aos outros aquilo que gostaríeis que fizessem a ti; eles são diferentes e podem não gostar”.
Ao dar um presente, buscamos criar ou reforçar laços. A simples lembrança do outro nos aproxima dele; doamo-nos em cada doação. Mas se o presente escolhido é o que gostaríamos de receber, e não o que achamos que o outro gostaria, a intolerância pode ser vislumbrada. Um pai que dá ao filho o presente que gostaria de ter recebido quando criança, não pode ficar desapontado com a falta de entusiasmo do destinatário.
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