A busca permanente pelo aperfeiçoamento não pode conduzir à intolerância com pequenas falhas. O desejo de melhorar precisa do tempero da humildade, do reconhecimento de que há coisas que são como são, e que “melhorá-las” pode significar destruí-las. A própria ciência revela limites para o avanço do conhecimento. Sabemos que não é possível formalizar de modo consistente e completo todo o conhecimento que construímos, que não podemos determinar simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula (Heisenberg), etc. Mas a ciência cresce, a despeito de tais limites.

Um caso interessante de uma “imperfeição benigna” ocorre com a água. Entre as moléculas da água (H2O), existem algumas “quebradas”, em que um H+ aparece dissociado de um OH-. São poucas, mas existem. A água “perfeita” para beber mantém certa proporção entre moléculas “quebradas” e “inteiras”. Quanto mais H+ livres, mais a água parece com um ácido; quanto menos, mais ela parece um leite de magnésia. E viva a água imperfeita!

 

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