Se a ideia de verdade é simples no senso comum, não o é na Ciência. Dizer-se que uma sentença é verdadeira se corresponde aos fatos não resolve: se não existem critérios claros para a associação entre frases de uma linguagem e fenômenos do mundo real, como falar de verdade como correspondência?
A solução proposta por Tarski parece simples: a verdade da proposição p de uma linguagem L somente pode ser afirmada recorrendo-se a uma linguagem L´, que tenha como objetos as sentenças de L. A verdade de p não pode ser afirmada no âmbito de L, mas apenas quando aprendemos a falar sobre p, o que exige certa consciência sobre o que se fala.
O prestígio científico da saída de Tarski não elide duas de suas lacunas básicas. A primeira é o fato de a verdade abandonar o mundo dos fatos e se cingir ao universo de uma linguagem. A segunda é a inextricável relação entre verdade e transcendência: não podemos falar da verdade de uma sentença senão quando ultrapassamos os limites da linguagem que utilizamos.
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