A sensação é partilhada por muitos: intuitivamente, gostamos ou não de algo, simpatizamos ou não com uma pessoa, consideramos justo ou injusto o resultado de um julgamento; as razões para isso vêm-nos depois. A percepção de uma imagem, a compreensão do que sentimos, o vislumbre do certo e do errado nos chegam de modo integrado.
As tentativas de fixação a priori de critérios de beleza, de verdade ou de justiça não têm frutificado. Controvérsias colossais abrangem territórios da Arte, do Direito, da Ciência. Intuímos que os múltiplos universos de significação não são igualmente aceitáveis, mas não sabemos explicitar nosso desconforto diante de algumas de suas formulações. O problema talvez resida na insistência em explicitar critérios. Ao que tudo indica, discernimos tacitamente o Belo, o Bom, o Verdadeiro mesmo sem encontrar palavras para expressar o que sentimos; tais ideias situam-se no coração de cada um de nós. Trata-se de uma aposta otimista no ser humano? Sem dúvida. Qual é a sua?
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