Há quem creia, como Rutherford, que o qualitativo não é mais que um quantitativo pobre, mas o endeusamento dos números na realização de uma pesquisa pode ser igualmente caricato. Indicadores numéricos podem revelar relações de interdependência importantes e são muito bem vindos. Mas devem ser cautelosamente interpretados, uma vez que tanto podem esconder quanto revelar, ou traduzir meras trivialidades. A estatística presta-se especialmente a utilizações enevoadas e a inferências ingênuas ou descabidas.
Uma pesquisa exige uma temática relevante sobre a qual temos dúvidas sinceras, traduzidas em perguntas nítidas. A competência teórica na busca de respostas pode incluir a expressão numérica dos resultados obtidos, quando for o caso, mas os números virão sempre a reboque das ideias defendidas, para referendá-las ou refutá-las.
Nunca será prudente esperar que os números falem por si. E é bom lembrar que, se os números não mentem, mentirosos usam números: Figures don`t lie, but liars figure…
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