Parafraseando o poeta, “são demais os perigos da pesquisa pra quem tem paixão”. Mas não existe vida – ou pesquisa – sem riscos, sem experimentação.
Um pesquisador apaixonado pode pecar por excesso ou por falta de ambição, pela paranóia ou pela frouxidão metodológica, pelo excesso de linguagem técnica ou pela pobreza terminológica, pelo pedantismo no recurso à teoria ou pela contenção nos limites do senso comum.
É importante ter cuidado para não derrapar em cascas de banana; mais importante ainda é ter CUIDADO COM OS CUIDADOS, para que eles não conduzam ao medo de correr riscos, que é como uma castração.
Viver é lançar-se para frente em busca de metas prefiguradas, mas não garantidas, sem levar demasiadamente a sério os limites. Como disse uma vez Cocteau, “não sabendo que era impossível, eles foram lá e fizeram…”
É preciso, pois, cuidar para que os CUIDADOS não provoquem um só aborto, não mutilem nem violem, não atropelem o momento, não censurem nem impeçam o natural crescimento.
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