As normas instituem a vida civilizada. A autonomia pressupõe o respeito a leis que fizemos, ou que fizemos nossas, por achá-las justas. Para Octávio Paz, “a liberdade consiste na escolha da necessidade”. Não existe liberdade sem ordenamento jurídico. Sem o direito, a liberdade cede lugar à lei do mais forte.
Goethe desafiou o discurso politicamente correto ao afirmar que “qualquer ordem é melhor que o caos”. Críticos viram em suas palavras certa tolerância com a tirania, mas nelas pode ser vista uma declaração nítida da necessidade das leis. Leis podem ser modificadas ou mesmo revogadas, mas isso exige procedimentos consentâneos com o ordenamento político. E não pode prescindir de paciência cívica, sem a qual o livre-arbítrio corrompe-se em arbitrariedade.
Bacon foi mais bem entendido ao registrar que “a verdade nasce do erro mais facilmente do que da confusão”. A máxima baconiana, no entanto, também pode ser vista como o elogio da vida política na busca das transformações necessárias.
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