Quase todo mundo aprende a andar de bicicleta ainda jovem, e, mesmo passados muitos anos sem usar uma, montamos e saindo andando.  Não sabemos explicar em palavras como o fazemos, mas sabemos fazê-lo. Trata-se de um modo de conhecer que não deriva diretamente das palavras.

Andar de bicicleta é um tipo de saber chamado de “conhecimento tácito”. Em muitas áreas, cada um de nós, professores ou alunos, sabe muito mais do que consegue pôr em palavras. Há coisas que aprendemos e incorporamos, mesmo sem conseguir explicar. Uma centopeia anda muito bem, sem tropeçar nas pernas, e pode mesmo se tornar uma bailarina, coordenando suas centenas de patas, tudo isso tacitamente, sem explicações, como se dá o andar de bicicleta.

Na escola, buscamos ampliar nosso conhecimento sobre a realidade das coisas, e gostamos de explicar o que aprendemos, de falar sobre o que fazemos. A ideia de que existem coisas que conhecemos, mas não sabemos explicar, pode chocar alguns, mas é fundamental. O inefável existe.

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